7 de dezembro,1941

Era um domingo, um domingo lindo. O sol brilhava mas não fazia calor, apesar daquela época do ano, a água do mar não estava gelada e as ondas estavam baixas, como nunca vistas antes na história do Havaí.

A noite passada tinha sido um tanto tensa e muitas taças de vinho foram bebidas, para nós, enfermeiras, todos os dias deveriam ser comemorados pois como os Estados Unidos ainda não estavam na guerra nós também estávamos fora dela e brindávamos a isso. Como diria a minha mãe ''a vida em um campo de batalha é algo que nenhuma mulher quer para si mesma'' e eu não queria. Não lembro direito como acordei, só me lembro de ouvir barulhos de turbinas dos aviões militares e sem entender nada, saí da casa em que morávamos para ver o que se passava. Ouvi explosões, ouvi gritos, ouvi tiros. As garotas também acordaram e saíram todas correndo e em uma atitude repentina resolvemos todas correr para o hospital e não demorou muito até que aquele local estava cheio de feridos. 

Soldados com queimaduras e baleados jogados no chão por não haver leitos suficientes, outros morriam por não aguentar os ferimentos. Pearl Harbor tinha sido atacada de surpresa. Não conseguia acreditar que em questão de horas aquele paraíso se transformou num verdadeiro inferno e até hoje o rosto daqueles homens, desesperados de dor, me assombram em sonhos.

Não sabíamos o que fazer, eu corria de um lado para o outro tentando prestar ajuda a todos aqueles homens, os médicos paravam de trabalhar e choravam e aquelas foram as cenas mais horríveis da minha vida. 

Só depois que teríamos conhecimento dos navios afundados e na quantidade certa de homens que foram perdidos. O Japão e seu ataque surpresa só fizeram despertar um gigante há muito adormecido, queríamos vingança, queríamos a vitória e foi o que no fim, conseguimos.

Mais de mil homens se encontram sepultados no Arizona e no Oklahoma e hoje, são lembrados com a honra e louvor que mereciam.

E essa é a triste história que eu tinha a compartilhar, a do dia 7 de dezembro de 1941.